Prof. José Roberto A. Barbosa
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INTRODUÇÃO
A Igreja Evangélica carece de um derramamento do Espírito
Santo, nos moldes daquele que aconteceu no dia de pentecostes (At. 2). No
contexto daquele evento, Pedro ressaltou o cumprimento da profecia de Joel a
esse respeito. Na lição de hoje estudaremos sobre Joel, o profeta pentecostal.
Inicialmente destacaremos os aspectos contextuais do livro, sua mensagem, e ao
final, a aplicação para a igreja de hoje.
1. ASPECTOS CONTEXTUAIS
Joel, cujo nome significa “O Senhor é Deus”, era filho de
Petuel, e entregou sua mensagem para o povo de Judá, do Reino do Sul, bem como
para o povo de todo o mundo. A data provável em que profetizou foi entre 835 a
796 a. C., durante reinado de Joás, que subiu ao trono de Judá com a idade de
sete anos (II Rs. 11.21), e que permaneceu sob a orientação do sumo sacerdote
Joiada durante toda a sua minoridade. Naquela época, semelhantemente ao que
aconteceu com o povo do norte, Judá desfrutava de plena prosperidade. Essa
condição favorecia o sincretismo religioso, o povo adorava ao Deus de Israel,
ao mesmo tempo em que se dobravam perante outros deuses. Por isso, Joel
profetiza a fim de evitar que Judá sofresse o castigo de Deus como consequência
dos seus pecados. Os versículos-chave se encontram em Jl. 2.12,13: “Ainda
assim, agora mesmo diz o SENHOR: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e
isso com jejuns, e com choro, e com pranto. E rasgai o vosso coração, e não as
vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR, vosso Deus; porque ele é
misericordioso. E compassivo, e tardio em irar-se, e grande em beneficência, e
se arrepende do mal”. Um dos temas centrais da sua mensagem é: O Grande e
Terrível Dia do Senhor. Através da sua mensagem Joel pretendia fazer com que o
povo de Judá se apresentasse perante o Senhor (Jl. 1.14; 2.14,16); conduzir o
povo ao arrependimento e para que se apresentasse humildemente diante de Deus
(Jl. 2.12-17) e profetizar a respeito dos resultados do arrependimento sincero
(Jl. 2.18-3.21). O livro apresenta a seguinte divisão: 1. O julgamento dos
gafanhotos (Jl. 1.1-12); 2. O desastre da seca (Jl. 1.13-20); 3. O julgamento
de Judá no futuro próximo (Jl. 2); 4. O grande e terrível Dia do Senhor (Jl.
3.1-16) e 5. A restauração de Judá (Jl. 3.17-21).
2. A MENSAGEM DE JOEL
A mensagem de Joel não é exclusivamente para Judá, mas para
todos os habitantes da terra (Jl. 1.2). Portanto, todos devem estar atentos aos
sinais dos tempos, pois a praga virá, destruindo a produção (Jl. 1.8-10). Os
sacerdotes devem despertar, pois eles são responsáveis diretos pelo povo (Jl.
1.13,14). Mas cada pessoa, individualmente, deve responder a mensagem de Deus.
Assim procedeu Joel, apesar do afastamento do povo, ele se apresenta como
exemplo, mantendo-se no caminho do Senhor (Jl. 1.19,20). O profeta deixa claro
que o julgamento de Deus virá, simbolizada pelos gafanhotos (Jl. 2.3-12).
Portanto, todos devem se arrepender dos seus pecados, e praticarem um jejum
santo (Jl. 2.12-17). O arrependimento resultará em bênçãos espirituais, a
principal delas o derramamento do Espírito (Jl. 2.28-32), em resposta ao pedido
de salvação do povo (Jl. 2.32). Esse mover do Espírito terá plenitude quando
Israel se voltar para Deus, por ocasião do Milênio (Ap. 16.14-16; 19.17-19).
Antes disso haverá uma batalha final, registrada por vários profetas (Is.
17.12; 24.21-23; Mq. 4.11-13; Zc. 12.2,3). Depois dessa batalha Judá finalmente
desfrutará da plenitude das benções do Senhor (Jl. 3.18-21). Por esse tempo se
cumprirão as profecias messiânicas alusivas à restauração plena de Israel.
3. PARA HOJE
Os cristãos têm muito a aprender com a mensagem de Joel,
principalmente diante das calamidades que nos assolam. O sofrimento é uma
realidade inevitável, ainda que tentemos negá-lo, o próprio Jesus o conheceu
muito bem. Ele foi um homem de dores, e sabia o que era padecer (Is. 53.3),
pranteou sobre Jerusalém (Lc. 22.44), na cruz sentiu o desamparo de Deus (Mc.
15.34). Nem sempre o sofrimento é resultado de pecado, mas muitas vezes isso
pode acontecer. A mensagem dos profetas alerta para a necessidade de
arrependimento. Caso contrário, coisa pior sempre poderá acontecer, caminhar
distante de Deus traz consequências (Lc. 13.2-5). O Dia do Senhor virá, Jesus
fez referência a este em Mt. 24.29-31. Pedro também mostra que esse Dia virá
como um ladrão, no qual os elementos serão destruídos pelo fogo (II Pe. 3.10).
Trata-se de um dia de julgamento pelo qual a Igreja não passará, já que terá
sido arrebatada para se encontrar com o Senhor nos ares (I Ts. 4.13-18). O Dia
do Senhor terá início justamente depois que a igreja tiver sido tirada. Haverá
na terra grande sofrimento, será um tempo sem igual em sofrimento. Por fim,
quando Cristo vier em glória, o povo de Israel experimentará um grande
avivamento espiritual (Jl. 2.28-32). Em At. 2.17,21 Pedro explica o
derramamento do Espírito como cumprimento da profecia de Joel. A igreja já se
encontra na dispensação do Espírito Santo, por conseguinte, experimenta, por
antecipação, do mover espiritual que Israel receberá no futuro.
CONCLUSÃO
Jesus Cristo quer derramar o Espírito sobre a Sua Igreja,
mas para isso ela precisa buscar (Lc. 11.13). O Batismo no Espírito Santo é uma
doutrina pentecostal que tem sido esquecida em muitos púlpitos. Jesus continua
sendo o Batizador (Mt. 3.11), Ele sabe da importância do recebimento desse
poder, a fim de que Sua igreja possa ser uma testemunha fiel (At. 1.8). Ao
invés de nos deixar seduzir pelos poderes terrenos, voltemos a buscar o poder
do alto (Lc. 24.49), sem o qual não passaremos de meras agremiações religiosas,
sem autoridade espiritual para levar adiante o evangelho de Cristo.
BIBLIOGRAFIA
BOICE, J. M. The minor
prophets. Grand Rapids: Bakerbooks, 2006.
HUBBARD, D. A. Joel e Amós: introdução e comentário. São
Paulo: Vida Nova, 1996.
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