Lição 12
O DIACONATO
Texto Áureo I Tm. 3.13 – Leitura Bíblica I Tm. 3.8-13
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
Depois de ter estudado a função do presbítero na igreja local, nos
voltaremos na aula de hoje para o diaconato. Inicialmente mostraremos sua
origem, abordando tantos aspectos linguísticos quanto culturais. Enfocaremos
também o sentido amplo e estrito do termo diácono em hebraico e grego.
Mostraremos a atuação dos diáconos no contexto do Novo Testamento. Ao final,
abordaremos, com base em I Tm. 3.8-13, as qualificações bíblicas para a seleção
dos diáconos na igreja.
1. A ORIGEM DO DIACONATO
O diácono é um servo, que em hebraico é o ebed, e diz respeito à
condição de qualquer pessoa diante de Deus, é nesse sentido que Israel é
considerado servo de Deus (Lv. 25.55). No livro de Isaias, entre os capítulos
40 a 55, há alusões ao Servo do Senhor, relacionado à restauração de Israel e
das nações. No capítulo 53 se encontra a revelação dAquele que viria a ser o
Servo Sofredor: Jesus Cristo. Na verdade Jesus é o grande modelo de diácono
(gr. diakonos), ou melhor, de servo. Paulo reconhece que Jesus, “sendo em forma
de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo,
tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Fp. 2.6,7). A
palavra servo nessa passagem em grego é doulos, e se refere a muito mais que um
servo, talvez a tradução mais apropriada seja “escravo”. Em consonância com
essa verdade, em Jo. 13.12-17 Jesus se apresenta não apenas como Mestre, mas
também como o servo, ao se dispor a lavar os pés dos discípulos. Antes de
chegarmos ao trono, precisamos passar pelo caminho da “toalha e da bacia”. Essa
é uma mensagem importante, considerando que muitos lideres querem apenas ser
servidos, contrariando o ensino de Jesus. Ele mesmo testificou que o Filho do
Homem veio para servir, não para ser servido (Mc. 10.45). O diaconato é um
ministério de entrega, sobretudo de renúncia pessoal. Paulo descreve sua
atuação ministerial como um diaconato (II Co. 6.1-4), sendo servo de uma nova
aliança (II Co. 3.6), da justificação (II Co. 11.15), de Cristo (Cl. 1.7) e de
Deus (II Co. 6.4), do evangelho (Ef. 3.7) e da igreja (Cl. 1.25). Qualquer
obreiro na seara do Senhor deve se considerar um diácono, de preferência um
escravo, fazendo não a sua vontade, antes a dAquele que o vocacionou.
2. O DIÁCONO NO NOVO TESTAMENTO
Em sentido específico, o diácono é um ofício na igreja cristã,
referido por Paulo em Fp. 1.1; I Tm. 3.8,12. A esse respeito é preciso
fazer a distinção entre o uso amplo do termo diácono, englobando as mulheres,
como o caso de Febe (Rm. 16.1), e o restrito, relacionado ao oficío
eclesiástico (I Tm. 3.8-13). A instituição do diaconato na igreja aconteceu em
virtude do crescimento, demandando atitudes para sua administração. Os
helenistas da igreja argumentavam que as viúvas gregas estavam sendo preteridas
da assistência social (At. 6.1). Para resolver esse importante negócio os
diáconos foram escolhidos, a fim de que os apóstolos pudessem se dedicar mais à
Palavra. Isso quer dizer que eles acumulavam as atribuições, faziam mais do que
podiam. Ministros centralizadores acabam por arcar com as consequências da
liderança insegura. Há pastores que estão sobrecarregados com tantas
responsabilidades, querem suprir todas as carências da igreja sozinhos, por
causa disso comprometem a integridade física e espiritual. A opção dos
apóstolos para a solução desse problema na igreja foi a escolha de sete homens,
a maioria deles helenistas, para cumprir essa função social. Os apóstolos não
tiveram receio de partilhar a organização da igreja com os cristãos gregos.
Entre esses se encontrava Estevão, um diácono que não se restringiu apenas em
servir às mesas. Ele era um diácono cheio do Espírito Santo e de sabedoria (At.
6.3,10), cheio de fé (At. 6.5) e de poder (At. 6.8). Os diáconos da igreja,
seguindo o exemplo de Estevão, não precisam ficar restritos ao trabalho social.
Eles podem, com ousadia e intrepidez do Espírito, testemunhar do evangelho de
Jesus (At. 1.8).
3. QUALIFICAÇÕES PARA O DIACONATO
Como aconteceu nos tempos dos apóstolos, a função diaconal na
igreja alivia bastante as atribuições dos presbíteros (pastores). Esse era um
trabalho tão importante para a vida social da igreja que Paulo apresenta
instruções detalhadas para a escolha desses. Na seleção dos diáconos para o
serviço na igreja deveriam ser observadas as seguintes qualificações: 1)
respeitável – seu caráter deveria ser digno de imitação, levando suas
atribuições a sério, não podiam apenas ocupar um cargo; 2) de uma só palavra –
não deveria ser dado às conversas fúteis, tratava-se de uma pessoa digna de
confiança; 3) não inclinado ao vinho – naquela região era comum as pessoas se
embriagarem, os diáconos deveriam fugir da bebedeira; 4) não cobiçoso – a
ganância tem conduzido muitos líderes à ruina, os diáconos deveriam se
distanciar dessa prática, tendo em vista que é também da sua responsabilidade
arrecadar as ofertas na igreja; 5) íntegros na doutrina – precisam ser
conhecedores da Palavra de Deus, atentarem para as Escrituras, e sua conduta em
piedade; 6) testado e experimentado – a vida dos candidatos ao diaconato deve
ser provada, quando alguém assume um cargo de liderança sem ser provado pode
decepcionar toda a congregação; 7) exemplo no lar – a esposa do diácono é parte
do seu ministério, sua família deve ser um exemplo de piedade, sua mulher deve
contribuir com o serviço diaconal; e 8) disposição para o trabalho – o
diaconato é mais do que um título eclesiástico, as pessoas que são separadas
para esse trabalho devem exercê-lo na igreja, com disposição e humildade. O
versículo 13, de I Tm. 3, aponta para a possibilidade do diácono ser
“promovido” a presbítero, isto é, para o ofício pastoral. O mais importante é
saber que o exercício zeloso do diaconato resulta no reconhecimento de Cristo,
e em galardão para todos aqueles que amam a Sua vinda (II Tm. 4.8).
CONCLUSÃO
Todos os cristãos, independentemente da condição, sejam homens ou
mulheres, são chamados, em sentido amplo, para o diaconato, isto é, o serviço
na igreja. Mas existem alguns que são escolhidos para essa função
institucional, com vistas à organização dos trabalhos, principalmente o de
ordem social. Esses devem ser selecionados a partir de critérios bíblicos,
atentando para as especificações apresentadas por Paulo em I Tm. 3.8-13, a fim
de esses que recebam do Senhor a recompensa.
BIBLIOGRAFIA
GEE. D. Os dons do ministério de Cristo. Rio de
Janeiro: Livros Evangélicos, 1961.
SOUZA. E. A. de. Títulos e dons do ministério cristão.
Rio de Janeiro: CPAD, 1992.
Fonte: Blog
Subsídio EBD
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